Esta quarta-feira (2) marca o início da nova rodada de tarifas sobre importações anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Chamado pelo republicano de “Dia da Libertação”, o tarifaço tem como objetivo equilibrar a balança comercial norte-americana e proteger a indústria local. O impacto ainda é incerto, mas países como Brasil, União Europeia, Canadá, México e China já preparam reações.
Tarifas anunciadas por Trump:
- 25% sobre automóveis importados;
- 20% sobre produtos chineses;
- Tarifas sobre produtos farmacêuticos importados(alíquota indefinida);
- 25% sobre aço e alumínio (vigente desde 12 de março);
- Tarifas sobre produtos canadenses e mexicanos fora do acordo USMCA.
O tarifaço preocupa indústrias de aço e alumínio no Brasil, setores já impactados por sanções anteriores. Lula criticou a decisão e prometeu recorrer à OMC, ameaçando impor tarifas sobre produtos americanos. O vice-presidente Geraldo Alckmin adotou um tom mais contido, afirmando que o Brasil aguardará os detalhes antes de decidir sobre retaliação: “Temos o dever de proteger a economia brasileira e manter o diálogo com os EUA”.
No Congresso, cresce a pressão por medidas firmes contra os EUA. O Senado aprovou o Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil retaliar barreiras comerciais. O texto segue para a Câmara em regime de urgência. A proposta prevê:
- Taxas extras sobre bens e serviços de países que impuserem barreiras ao Brasil;
- Suspensão de patentes e remessa de royalties;
- Revisão de obrigações do Brasil em acordos comerciais.
O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), autor do projeto, defendeu a medida: “Não podemos aceitar passivamente essas barreiras comerciais. O Brasil precisa agir”. Paralelamente, uma comitiva de diplomatas brasileiros foi enviada a Washington para buscar acordos e isenções.
Outros países reagem ao tarifaço
- Canadá – O primeiro-ministro Mark Carney disse que a decisão de Trump rompe a relação bilateral: “A integração econômica que tínhamos com os EUA acabou”.
- México – A presidente Claudia Sheinbaum evitou falar em retaliação, mas garantiu que protegerá empregos: “Diálogo é essencial. Não é sobre revide, mas sobre o que é melhor para o México”.
- China – O governo chinês alertou sobre impactos negativos no comércio global: “Não há vencedores em guerras comerciais”.
- União Europeia– A Comissão Europeia anunciou que pode retaliar com 26 bilhões de euros (cerca de US$ 28 bilhões) em impostos sobre produtos americanos. O presidente francês Emmanuel Macron criticou: “As tarifas desorganizam cadeias produtivas e podem gerar desemprego”.
A movimentação global indica que o tarifaço de Trump poderá desencadear uma nova guerra comercial.