A União Europeia anunciou medidas contra a tarifa de 25% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre aço e alumínio. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou a decisão de Donald Trump e prometeu retaliação.
“As relações comerciais entre Europa e Estados Unidos são as maiores do mundo. Essas tarifas estão interrompendo cadeias de suprimentos, trazendo incerteza à economia. Empregos estão em jogo. Os preços vão subir. Lamentamos profundamente esta medida”, afirmou.
O bloco europeu responderá com tarifas em duas fases a partir de 1º de abril. Inicialmente, reativará taxas sobre produtos americanos suspensas desde 2018 e 2020. Em seguida, um novo pacote será anunciado após consulta com os Estados-Membros. “Como os Estados Unidos estão aplicando tarifas no valor de 28 bilhões de dólares, estamos respondendo com contramedidas no valor de 26 bilhões de euros”, afirmou von der Leyen.
A China também condenou a medida de Trump. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou que as tarifas violam as regras da OMC. “Adotaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar nossos direitos e interesses legítimos”, declarou.
Enquanto os grandes players reagem, o Brasil, segundo maior fornecedor de aço e ferro aos EUA, permanece inerte. Lula, que em janeiro prometeu “reciprocidade”, ainda não tomou qualquer atitude. O tema segue pendente de discussão com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.
O Canadá, por outro lado, não hesitou. O governo de Ontário impôs tarifas de 25% sobre a eletricidade enviada aos EUA. “Trump lançou uma guerra comercial e tarifária sem provocação contra seu maior aliado. Ele precisa recuar e negociar um acordo justo. Até lá, não recuaremos”, disse o governador Doug Ford.