A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta terça-feira sete acusados de integrar o grupo que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), espalhou desinformação para deslegitimar o sistema eleitoral e atacar autoridades que resistiram ao plano golpista. Se a denúncia for aceita, o número de réus no caso pode subir para 21.
O STF já tornou réus oito integrantes apontados como parte do “núcleo central” da suposta organização criminosa, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outros seis, ligados ao setor operacional, como o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, também já respondem no processo.
O grupo analisado hoje é acusado de atuar na propagação de fake news e ataques virtuais. Entre os denunciados estão o ex-major do Exército Ailton Barros, o sargento Giancarlo Rodrigues e o policial federal Marcelo Bormevet.
Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, os três atuaram na produção e disseminação de mentiras contra o sistema eleitoral e instituições. Barros teria atacado os ex-comandantes das Forças Armadas por não aderirem ao plano. A defesa afirma que se tratavam apenas de “desabafos” em mensagens privadas.
Rodrigues e Bormevet trabalharam na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), hoje também réu. A acusação sustenta que os dois usaram suas posições para divulgar informações falsas contra adversários políticos. A defesa de Rodrigues diz que a relação com Bormevet era apenas profissional. Os advogados do policial negam qualquer ligação com supostos atos golpistas.
Também estão na mira o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida e o major da reserva Angelo Denicoli, acusados de espalhar desinformação sobre as urnas eletrônicas. Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, contratado pelo PL para embasar uma ação contra os resultados eleitorais, completa a lista. Todos negam participação no esquema.