O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou os pedidos das defesas e manteve as prisões dos generais Walter Braga Netto e Mário Fernandes, investigados por tentativa de golpe de Estado.
Moraes decidiu manter a prisão de Braga Netto no dia 24 de dezembro, sob sigilo. A decisão sobre Mário Fernandes foi tomada nesta quinta-feira (26). O ministro concluiu que não há novos elementos que justifiquem a liberdade dos generais.
A defesa de Braga Netto classificou a decisão como “previsível”. O advogado José Luis Oliveira Lima afirmou que não há provas que sustentem a prisão, mas disse que já esperava o resultado. “Vamos aguardar o julgamento do agravo pela Turma”, declarou.
As investigações
• Braga Netto foi preso por tentar interferir nas investigações sobre a trama para manter Jair Bolsonaro no poder. Ele é o primeiro general de quatro estrelas a ser preso preventivamente no Brasil. Segundo a Polícia Federal, com base na delação de Mauro Cid, Braga Netto buscou informações sobre o acordo do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
• Mário Fernandes, apontado como o mais radical entre os militares bolsonaristas, teria articulado o golpe com outros generais e manifestantes acampados em frente aos quartéis. A PF encontrou em seu HD o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do próprio Alexandre de Moraes.
Os generais já foram indiciados por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A Procuradoria-Geral da República analisa o material para decidir se apresentará denúncia contra eles.