Claudio Dantas
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BC mantém Selic em 15% e evita sinalizar início do corte de juros

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Mesmo com inflação em desaceleração, Copom cita cenário incerto

O Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (10) manter a Selic (taxa básica de juros) em 15% ao ano. É a quarta reunião seguida com juros no maior patamar desde 2006. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime e já era esperada pelo mercado.

No comunicado, a autoridade monetária voltou a afirmar que o cenário segue “incerto” e que a estratégia é manter a taxa atual por mais tempo. O BC também reiterou que poderá voltar a subir os juros se considerar necessário.

“O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.”, diz o texto.

BC evita qualquer sinal de corte

Mesmo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo do previsto em novembro e com a inflação voltando ao limite da meta contínua, o Copom não deu pistas sobre redução da Selic.

As expectativas de inflação seguem acima da meta: o Focus estima 4,40% para 2025 e 4,16% para 2026. No cenário de referência do BC, a projeção para o horizonte relevante está em 3,2%, próxima do alvo de 3%.

O BC reconheceu que a economia está desacelerando, mas destacou que o mercado de trabalho continua pressionado. O desemprego está em 5,4% e o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre cresceu apenas 0,1%.

A projeção de crescimento do BC para 2025 caiu para 2%. O Focus, porém, vê expansão maior, de 2,25%.

O comunicado também mencionou incertezas internacionais, especialmente sobre a política monetária dos Estados Unidos e seus impactos nos mercados emergentes. As tensões geopolíticas e as tarifas recentes dos EUA contra o Brasil continuam no monitoramento do BC, assim como o cenário fiscal doméstico.

A próxima reunião do Copom será em 27 e 28 de janeiro.

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