O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja diminuir a presença do PT na Esplanada dos Ministérios para abrir espaço ao centrão. PSD, PP, MDB, Podemos e União Brasil devem ganhar mais cargos após a reforma ministerial prevista para março, após o Carnaval. Atualmente, o PT comanda 13 dos 38 ministérios.
A pressão aumentou com o envio do pacote de cortes ao Congresso. Partidos aliados exigem emendas orçamentárias e mais participação no governo em troca de apoio. PSD e União Brasil pressionam por pastas estratégicas.
Lula busca fortalecer alianças para 2026 e já sinalizou ajustes, mas ainda não definiu quais petistas perderão espaço. A reforma ocorrerá após a definição do novo comando do Congresso, com Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) no Senado.
Mudanças podem atingir o Ministério de Minas e Energia, sob Alexandre Silveira, cotado para ser substituído por Eduardo Braga (MDB) ou Marcos Pereira (Republicanos). Há resistência interna à troca, com tentativa de manter Silveira em outro cargo.
O Ministério do Desenvolvimento Social, liderado por Wellington Dias (PT), também está na mira. A pasta enfrenta críticas pela falta de ganho político com o Bolsa Família.
Na comunicação, Paulo Pimenta deve deixar a Secom. Lula cobra ajustes e Pimenta pode ser transferido para a Secretaria-Geral da Presidência.
A boa relação de Silveira com Janja Lula da Silva e a resistência em mexer com Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) também influenciam as decisões finais. Uma reunião ministerial está marcada para dezembro para avaliar o governo e traçar diretrizes para 2024.