Responsável pela campanha vitoriosa de Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo em 2022, o marqueteiro Pablo Nobel acredita que Jair Bolsonaro já não representa a melhor voz para liderar o conservadorismo em 2026. Nobel, que também trabalhou na campanha presidencial de Javier Milei na Argentina, vê espaço para um candidato de centro-direita com diálogo mais amplo, e avalia Tarcísio como um potencial presidenciável, embora com desafios a enfrentar.
Para Nobel, o conservadorismo ganhou voz com Bolsonaro, mas carrega limitações. “O bolsonarismo se mostrou uma força representativa em votos, mas a rejeição persistente ao Bolsonaro dificulta sua volta ao poder. Talvez ele não seja o melhor nome para liderar o conservadorismo em 2026. O bolsonarismo segue forte, mas precisará de diálogo para avançar”, disse o consultor político em entrevista ao Estadão.
Nobel também destaca que Tarcísio começa a ganhar “musculatura própria”, se consolidando como um nome independente dentro do conservadorismo. “Ele não vai se descolar de Bolsonaro, é leal. Mas tem construído uma identidade própria. Seu governo em São Paulo, com foco em projetos de longo prazo, reforça essa imagem de estadista.”
Apesar de reconhecer o potencial de Tarcísio como candidato à Presidência, Nobel pondera que o desconhecimento do governador fora de São Paulo é um risco. “Ele tem uma oportunidade para crescer, mas chegar a uma campanha presidencial com alta taxa de desconhecimento pode ser arriscado. Ele é jovem e não tem pressa, mas, às vezes, o cavalo selado só passa uma vez.”
Sobre a possível candidatura presidencial de Tarcísio, Nobel afirma que o contexto político será decisivo. “Se Lula continuar forte e disputar a reeleição, talvez Tarcísio devesse buscar mais quatro anos em São Paulo, consolidando seu trabalho e permitindo que as sementes que plantou comecem a florescer.”