Na visão de Messias, Lava Jato criminalizou política e censurou Lula
Em tese de doutorado defendida em 2024, o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, indicado por Lula (PT) para assumir uma vaga no Supremo, afirmou que a Lava Jato provocou “instabilidade deliberada” no país.
Segundo Messias, as investigações da operação, conduzidas “de maneira um tanto superficial e irresponsável”, “acabaram por criminalizar a política e a ação estatal”.
Ele aponta, na tese, que “a própria prisão” de Lula, “bem como a negação do registro de sua candidatura em 2018”, integraram um pacote de “censuras” que buscava “reverter a própria ordem constitucional de 1988”.
Messias também criticou “movimentos sociais autoritários” e “instâncias inferiores do Judiciário” que pressionaram o STF a adotar decisões contra o petista.
A pesquisa, que resultou em tese de 328 páginas no doutorado em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional da UnB, não é focada na Lava Jato, mas cita a operação para contextualizar o período histórico.
O documento, intitulado “O Centro de Governo e a AGU: estratégias de desenvolvimento do Brasil na sociedade de risco global”, cita Lula 75 vezes e também destaca medidas do governo petista.
Para Messias, Lula “conseguiu reorganizar a estrutura da administração federal”, com entregas como a aprovação do novo arcabouço fiscal, o lançamento do Novo PAC e o desenvolvimento de políticas ambientais.
Na âmbito internacional, Messias afirma que “o governo Lula logrou rapidamente restabelecer o respeito e o protagonismo brasileiro”, e ressaltou que a política externa petista colocou a questão ambiental no centro das preocupações, em contraste com o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a tese do indicado ao STF, “a herança do governo Bolsonaro é a desorganização do Estado e o desmonte dos serviços públicos essenciais” e que o ex-presidente seguia uma “lógica elitista, de menos direitos para a maioria, e mais privilégios para uma minoria”.
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