Claudio Dantas
26.5 C
Brasília

Sóstenes diz ser alvo de perseguição após apreensão de R$ 470 mil pela PF

Publicado em:

Deputado do PL afirma que dinheiro apreendido é da venda de imóvel e foi devidamente declarado

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) voltou a se manifestar publicamente nesta quarta-feira (24) sobre os R$ 469,7 mil apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Galho Fraco, deflagrada na semana passada.

O parlamentar divulgou um vídeo nas redes sociais no qual apresenta documentos e sustenta que o dinheiro tem origem lícita, proveniente da venda de um imóvel em Minas Gerais.

A quantia em espécie foi localizada na última sexta-feira (18) no flat onde Sóstenes reside, em Brasília, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino.

A ação também teve como alvo o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Ambos são investigados por suspeitas de uso irregular da cota parlamentar, com indícios de desvio de recursos públicos.

No vídeo, Sóstenes afirma que o montante corresponde ao pagamento pela venda de uma casa adquirida por ele em 2023, na cidade de Ituiutaba, em Minas Gerais.

Segundo o deputado, o imóvel foi comprado, registrado em cartório e posteriormente declarado no Imposto de Renda de 2024. Após passar por reformas, a casa teria sido colocada à venda por R$ 690 mil, mas acabou negociada por R$ 500 mil, valor pago integralmente em dinheiro.

“O dinheiro encontrado no meu apartamento aqui em Brasília, 470 mil reais, é fruto da venda de um imóvel, dinheiro lícito e de origem comprovada”, afirmou o parlamentar, ao exibir cópias da escritura e da declaração de Imposto de Renda.

Ele acrescentou que aceitou a proposta abaixo do valor inicialmente pedido e reiterou que a transação ocorreu dentro da legalidade.

O deputado declarou ainda acreditar que, após a análise dos documentos apresentados, os valores serão devolvidos.

“Tenho certeza que depois de tudo esclarecido na Polícia Federal e junto ao ministro Flávio Dino, o dinheiro será devolvido, porque ele é de fonte lícita e transparente”, disse.

Antes da divulgação do vídeo, Sóstenes havia evitado informar a cidade onde o imóvel estava localizado, alegando preocupação com sua privacidade.

Em declarações anteriores, justificou o fato de manter o dinheiro em casa afirmando que, devido à rotina intensa de trabalho, não teria realizado o depósito bancário, o que classificou como um “lapso”.

Operação Galho Fraco

A Operação Galho Fraco é um desdobramento da Operação Rent a Car, deflagrada em dezembro de 2024, que investigou assessores dos dois parlamentares por crimes como peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A partir da análise de celulares apreendidos naquela fase, a PF avançou nas apurações e apontou indícios de um esquema estruturado para desviar recursos da cota parlamentar por meio de empresas de fachada e servidores comissionados.

Relatórios de inteligência financeira indicam que quatro assessores ligados a Sóstenes e Jordy, incluindo o motorista do líder do PL na Câmara, movimentaram cerca de R$ 27 milhões entre 2023 e 2024, sem identificação clara da origem dos recursos. Segundo a Polícia Federal, há suspeitas de fracionamento de transações financeiras para dificultar o rastreamento, prática conhecida como “smurfing”.

Na decisão que autorizou a operação, Dino destacou a existência de “indícios robustos” de irregularidades, baseados em quebras de sigilo bancário, mensagens extraídas de aplicativos e movimentações consideradas incompatíveis com a renda declarada dos envolvidos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favoravelmente às medidas solicitadas pela PF.

Escreva seu e-mail para receber bastidores e notícias exclusivas

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais recentes

Checagem de fatos