O Palácio do Planalto desembolsou R$ 18 mil apenas em diárias para quatro assessores que viajaram com a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, à França entre 26 e 30 de março. O valor, revelado pela Folha de S. Paulo, não inclui as passagens aéreas internacionais.
Janja representou o Brasil na Cúpula Nutrição para o Crescimento (N4G), em Paris, por designação de Lula. A comitiva foi composta por Taynara da Cunha, Edson Pinto, Julia Silva e Claudio Souza, os mesmos que a acompanharam em Roma em fevereiro.
Dados do sistema financeiro do governo mostram que Taynara, Edson e Julia receberam R$ 4,5 mil cada, sendo R$ 3,6 mil por 1,5 diária internacional e R$ 900 por 1,5 diária nacional. Claudio Souza recebeu um pouco mais: R$ 4,6 mil, devido a um adicional na diária nacional.
A viagem acontece em meio a debates internos no governo sobre transparência nos gastos destinados à estrutura de apoio à esposa de Lula.
AGU tenta legitimar gastos com Janja
A Advocacia-Geral da União (AGU) elabora um parecer para reconhecer a atuação de Janja como de “natureza institucional”, mesmo sem cargo oficial ou remuneração.
O documento prevê que o Estado deve garantir equipe de apoio e estrutura para que a primeira-dama exerça suas funções voluntariamente. A Presidência definiria o tamanho desse suporte.
Outro ponto do parecer determina a divulgação dos compromissos e gastos oficiais de Janja no Portal da Transparência e via Lei de Acesso à Informação (LAI).
A proposta, que conta com o aval do Planalto, se baseia em modelos adotados em países como Estados Unidos e França, e envolveu órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público.