O presidente Lula deve convidar os chefes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal para acompanhá-lo à cerimônia fúnebre do Papa Francisco, em Roma. A movimentação, antecipada por fonte da diplomacia do Planalto, ocorre antes mesmo da confirmação oficial do funeral.
Segundo integrantes do governo, os detalhes da viagem serão definidos nesta terça-feira (22). A comitiva deve ser reduzida por causa da previsão de grande fluxo de fiéis na capital italiana, em razão do Jubileu Católico – ano sagrado celebrado a cada 25 anos pela Igreja, com alta concentração de eventos religiosos.
A movimentação de Lula mira também a produção de imagens simbólicas que resgatem o cenário de 2005, quando o então presidente levou Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Itamar Franco ao velório de João Paulo II, em um gesto de diplomacia de Estado que repercutiu internacionalmente.
Agora, em meio a tensões internas e cobranças por reforma ministerial, o petista tenta repetir o gesto com os presidentes do Senado, da Câmara e do STF. A ideia, segundo aliados, é projetar unidade institucional — mesmo com os Poderes cada vez mais distantes nos bastidores de Brasília.
Ainda sem posicionamento público sobre a sucessão papal, o Planalto evita especulações. Nos bastidores, diplomatas próximos ao presidente admitem que, apesar das expectativas por um sucessor conservador, a maioria dos cardeais votantes foi indicada pelo próprio Francisco.