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PL rejeita acordo entre Congresso e STF e insiste na anistia ampla

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O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, rechaçou qualquer possibilidade de acordo que envolva a criação de uma lei para atenuar a punição de réus considerados de menor relevância nos processos do 8 de Janeiro.

A proposta, que vem sendo discutida por integrantes do Congresso e ministros do STF, busca diferenciar líderes, financiadores e organizadores dos demais participantes, prevendo um atenuante de 1/3 a 1/6 da pena para os réus secundários, enquanto os chefes enfrentariam agravantes, informa o G1.

Para Sóstenes, qualquer articulação nesse sentido fere a Constituição e invade a competência legislativa.

Eu acho anti-republicano saída negociada entre Congresso e STF. São dois poderes independentes. Não é normal ver o STF querendo legislar e conversando com normalidade com membros do Congresso”, criticou o deputado.

O parlamentar também rejeita a ideia de hierarquizar responsabilidades no 8 de Janeiro. Na visão dele, não há como identificar líderes ou financiadores da mobilização, que classificou como “baderna”. Por isso, defende a anistia ampla, sem distinções.

A estratégia do PL segue centrada na pressão para pautar o requerimento de urgência ao projeto de anistia. Sóstenes admite a possibilidade de ajustes no texto, mas deixa claro que qualquer mudança dependerá do aval do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou que eventuais alterações só serão apresentadas após a definição do relator por parte do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Confiante, o deputado avalia que vem ganhando apoio na base parlamentar e acredita que pode conquistar os 301 votos necessários para aprovar o projeto, caso ele chegue ao plenário.

A eventual aprovação de uma lei diferenciando líderes e réus de menor importância representaria, na prática, o reconhecimento de uma cadeia de comando nos atos de 8 de Janeiro, o que reforçaria acusações contra Bolsonaro, seus ex-ministros e militares de alta patente.

Como mostrou o blog do jornalista Octávio Guedes, qualquer nova legislação que preveja benefício só poderá retroagir para atingir réus secundários. A cúpula política, acusada de liderar uma tentativa de golpe, ficaria fora do alcance da medida. Mesmo assim, o presidente da Câmara e o ministro Alexandre de Moraes estariam alinhados na construção de um projeto alternativo ao da anistia ampla defendida pelo PL.

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