Em videoconferência realizada nesta segunda-feira (21), Adalgiza Dourado, de 65 anos, presa por envolvimento nos atos do 8 de janeiro, contou a seu advogado, Luiz Felipe Cunha, que sofreu uma queda dentro da unidade prisional onde está detida, o Presídio Feminino do Distrito Federal, conhecido como Colmeia. A queda gerou dores intensas nas costas, no ombro e no quadril direito.
“Essa omissão revela o completo descaso com a integridade física e psíquica dos internos do Presídio Feminino do Distrito Federal”, afirmou Luiz Felipe ao Pleno.News.
Apesar da gravidade da situação, não havia médico ou enfermeiro de plantão. Caso a queda tivesse causado uma fratura ou trauma interno, a detenta ficaria sem qualquer atendimento de emergência — um risco conhecido para pessoas da faixa etária de Adalgiza.
As quedas, aliás, estão entre as principais causas de hospitalização de idosos no Brasil e podem gerar sequelas irreversíveis. A ausência de estrutura mínima em feriados evidencia o despreparo do sistema prisional e a negligência com a saúde dos detentos, principalmente de presos políticos da gestão petista.
Durante a conversa com o advogado, Adalgiza desabafou: “Não tenho mais forças para viver”, lamentando ter passado a Páscoa sem contato físico com a família.
“Apesar de nossos constantes esforços para oferecer apoio e palavras de conforto, enfrentamos a inércia de um sistema que, enquanto afirma que está tudo sob controle, sequer garante a presença mínima de um médico e um enfermeiro em regime de plantão durante um feriado prolongado”, denunciou o advogado.
“Esse é o retrato cruel da negligência estatal com pessoas sob sua custódia”, concluiu.
Na semana passada, Luiz Felipe participou do programa Pleno Time e voltou a chamar atenção para o caso, que já foi levado à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Em agosto do ano passado, sua defesa pediu a concessão da prisão domiciliar alegando que Adalgiza vinha apresentando “pensamentos suicidas” e sinais de depressão, como “choro constante” e “crises de ansiedade”.