Um homem foi condenado à prisão em regime semiaberto por caluniar desafetos, acusando-os de envolvimento com os atos de 8 de Janeiro e associando-os ao bolsonarismo. A decisão é da Justiça de São Paulo e ainda cabe recurso.
Luciano Vitorio Rigolo, que se apresentou como professor, recebeu pena de 1 ano, 4 meses e 20 dias, além de multa e pagamento das custas do processo. Ele fez postagens nas redes sociais em que nomeava e expunha três pessoas como supostos terroristas ligados aos atos de vandalismo em Brasília, em 2023.
As vítimas foram um funcionário do Fórum de Itatiba, uma diretora de conselho comunitário e uma trabalhadora do setor de serviços. Todos negaram qualquer participação nos atos antidemocráticos e relataram ter sofrido perseguição virtual após as acusações de Rigolo.
O motorista do Fórum, que já havia sido testemunha contra o réu em outro processo, acredita que foi alvo de retaliação. Em suas redes, Luciano o chamou de “delinquente” e “bolsonarista que incita o ódio”, dizendo que, mesmo não tendo ido a Brasília, seria apoiador dos ataques.
A diretora do conselho comunitário afirmou que já havia enfrentado perseguições anteriores por parte de Rigolo.
“Ele incitou que as demais pessoas nos perseguissem e enviassem a nossa foto para a Polícia Federal”, disse.
A terceira vítima, que sequer conhecia o réu, relatou ter vivido com medo, se escondendo em casa por um mês após a exposição.
Luciano alegou que suas postagens tinham “intenção de esclarecimento”, não de incitar violência. Disse ainda que suas divergências com as vítimas eram políticas e pessoais.
A juíza Fernanda Yumi, responsável pela sentença, afirmou que as postagens “caluniaram de forma clara e inequívoca” as vítimas, com base nas provas apresentadas, como capturas de tela. A decisão mantém a pena em regime semiaberto, com possibilidade de recurso.