O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (7) que o TJ-RJ apure “com urgência e imediatamente” suspeitas de fraude em acordo firmado entre a CBF, dirigentes da entidade e a Federação Mineira de Futebol (FMF).
O pedido partiu do vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, que acionou o Supremo para suspender o acordo que manteve Ednaldo Rodrigues na presidência da confederação. Sarney alegou que a assinatura do ex-presidente Coronel Nunes, usada no documento, não é válida por suposta incapacidade cognitiva.
Na decisão, Gilmar destacou que o acordo foi apresentado por advogado inscrito na OAB, com procurações assinadas por todos os envolvidos. “Não havia, à época, quaisquer elementos nos autos que levassem à compreensão ou sequer suspeitas de ocorrência de simulação, fraude ou incapacidade civil dos envolvidos”, escreveu.
O ministro reconheceu, no entanto, que documentos posteriores apontam “graves suspeitas de vícios de consentimento”, o que pode comprometer o acordo homologado em 21 de fevereiro.
Gilmar rejeitou o pedido de afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues, cuja permanência no cargo foi viabilizada pelo acordo firmado no STF. Em março, Rodrigues foi reeleito para mandato até 2030.
A disputa pelo comando da CBF se arrasta há três anos. Desde que assumiu em 2022, Rodrigues enfrenta questionamentos judiciais sobre a legitimidade de sua eleição. Fernando Sarney, que tem mandato na direção até março de 2026, rompeu com Rodrigues e ficou fora da chapa reeleita.