A troca de comando no Supremo Tribunal Federal (STF), prevista para setembro, já começou a ser organizada nos bastidores. O ministro Edson Fachin, próximo presidente da Corte, conduz a transição com a equipe de Luís Roberto Barroso, atual presidente.
A mudança mantém a lógica interna do Supremo: troca-se o nome, preserva-se a linha política. Fachin assume com um perfil mais discreto, mas já demonstrou firmeza em temas sensíveis. Em 2022, na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), liderou ações contra o voto impresso e fake news, com apoio direto do ministro Alexandre de Moraes — que agora será seu vice no STF.
A presidência do STF é decidida por voto secreto, mas segue a tradição de antiguidade entre os ministros. Fachin, o mais antigo que ainda não ocupou o cargo, será o próximo presidente. A Corte segue o protocolo sem contestação.
Na equipe, Desdêmona Arruda será a nova diretora-geral e Roberto Dalledone o secretário-geral. Ambos já participam das reuniões com o gabinete de Barroso, que permanece ativo na transição.
Com a posse de Fachin, a relatoria da Lava Jato passará a Barroso. A condução da operação — esvaziada nos últimos anos — não deve mudar de rumo. Fachin e Barroso compõem a ala legalista do STF, contrária ao grupo garantista.
Ainda há processos pendentes da Lava Jato na Segunda Turma, como delações da Odebrecht e da J\&F, travados por anulações e decisões polêmicas. Em 2024, Dias Toffoli anulou todos os atos contra Marcelo Odebrecht, o que gerou uma série de pedidos semelhantes na Corte.