Políticos de direita e perfis nas redes sociais cobraram nesta segunda-feira (14) um posicionamento de congressistas feministas e lideranças da esquerda sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que autorizou a prisão domiciliar para o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Ele é acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ).
A reação mais contundente veio do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que relembrou o caso do detento do 8 de Janeiro que morreu na Papuda após um mal súbito durante o banho de sol, em 2023. “Dois pesos, duas medidas”, sugeriu o parlamentar ao comparar a celeridade da soltura de Brazão com a omissão da Corte diante da situação de presos políticos.
Moraes concede prisão domiciliar para Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar Marielle, por conta de problemas de saúde. Faço questão de lembrar que Clezão não teve o mesmo direito.
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) April 12, 2025
O vereador Lucas Pavanato (PL-SP) ironizou a decisão: “Parabéns aos envolvidos”, publicou no X (antigo Twitter).
Fomos de “Marielle Vive” a “Brazão Livre” muito rápido.
Parabéns aos envolvidos.
— Lucas Pavanato (@lucaspavanato) April 12, 2025
Veja outras postagens:
Impressão minha ou a esquerda está em silêncio sepulcral sobre a ida de Chiquinho Brazão para prisão domiciliar por ordem de Moraes?
É complicado ter ministro do STF de estimação né, dificulta ter coerência
— Renata Barreto (@renatajbarreto) April 12, 2025
Alguém viu aqueles artistas esquerdistas que torraram o saco com aquele papo “ Quem mandou matar MARIELLE” se manifestarem sobre a liberação do Brazão?…🤫 pic.twitter.com/MOiA7U9XGS
— PauloC (@CravoPaulo) April 12, 2025
Internautas também compararam o tempo de prisão de Chiquinho ao da cabeleireira Débora dos Santos, presa por semanas após pichar com batom a estátua “A Justiça”, durante os protestos de 8 de Janeiro. “Quem mandou soltar quem mandou matar Marielle?”, dizia um dos memes mais compartilhados.
DIREITOS HUMANOS PRO MATADOR DE MARIELLE, MAS E PARA NÓS?
O Brasil virou mesmo o país dos absurdos. Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar Marielle Franco, acaba de ser liberado do presídio federal após decisão do STF. Enquanto isso, Clezão, foi preso e morto… pic.twitter.com/uqasJMDrIi
— Mariana Lescano (@polmarilescano) April 13, 2025
O silêncio da esquerda tem incomodado até apoiadores do governo. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, não comentou o caso. Sua última publicação no Instagram, no domingo (13), exaltava a “luta quilombola”, mas os comentários foram tomados por cobranças sobre a ausência de reação à decisão do STF.
Deputadas do Psol como Erika Hilton e Sâmia Bomfim, conhecidas por discursos feministas e combativos, também seguem em silêncio. A direita agora pressiona e levanta a contradição: quando a pauta envolve aliados ou decisões convenientes ao sistema, o grito progressista se cala.