O corpo do papa Francisco chegou na manhã desta quarta-feira (23) à Basílica de São Pedro, onde será velado até sexta-feira (25). O cortejo deixou a residência de Santa Marta por volta das 9h (4h em Brasília), seguido por cardeais, guardas suíços e ao som dos sinos da igreja mais importante da cristandade.
O caixão, de madeira clara e decorado com tecido vermelho, foi transportado em procissão até o altar principal da basílica, sob o dossel de bronze projetado por Bernini. O pontífice está vestido com uma mitra branca, casula vermelha e segura um rosário entre as mãos.
Durante a cerimônia, os cantos do coral da Capela Sistina acompanharam o trajeto do féretro, carregado por membros da equipe cerimonial do Vaticano, todos em trajes formais. O ambiente solene e o simbolismo do ritual reforçaram o peso histórico da despedida de um dos papas mais marcantes do século XXI.
Ainda antes das 8h (horário local), centenas de fiéis já se aglomeravam na esplanada da basílica, tentando garantir lugar na fila para ver o corpo do papa. A expectativa é que milhares compareçam nos próximos dias.
O acesso ao velório será liberado em horários específicos: nesta quarta-feira, das 11h à meia-noite; na quinta (24), das 7h à meia-noite; e na sexta (25), das 7h às 19h.
A mobilização de segurança foi reforçada. O Vaticano instalou barreiras metálicas para organizar o fluxo, ampliou a frota de ônibus e distribuiu água aos visitantes. A entrada na Praça de São Pedro, única via de acesso ao velório, está sob vigilância intensificada.
O funeral de Bento XVI, morto em 2022, levou 200 mil pessoas à Roma. Agora, a despedida de Francisco, que reformou regras do Vaticano e manteve forte apelo popular mesmo em meio a crises internas, deve ultrapassar esse número.
A cerimônia ocorre no contexto do Jubileu Católico, evento raro que atrai milhões à capital italiana e, segundo fontes diplomáticas, é vista como palco estratégico para líderes políticos — como Lula, que deve tentar repetir a imagem de 2005, quando posou ao lado de ex-presidentes no funeral de João Paulo II.