A Câmara dos Deputados estuda enviar uma comitiva oficial ao Vaticano para acompanhar o funeral do Papa Francisco, morto nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, após sofrer um AVC e uma falência cardíaca irreversível. A definição dos parlamentares que representarão o Legislativo brasileiro deve ocorrer até esta quarta-feira (23), segundo deputados ouvidos pela CNN.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decretou luto oficial de sete dias na Casa, sem prejuízo das atividades legislativas e administrativas. Ele também entrou em contato com o deputado Eros Biondini (PL-MG), que já se encontrava no Vaticano e acompanhou a última aparição pública do pontífice no domingo (20), quando Francisco concedeu a bênção “Urbi et Orbi” e pediu um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
“Eu recebi a ligação do presidente Hugo Motta, que já sabia da minha agenda aqui, e ele me pediu que o representasse nesses dias iniciais, até que se formasse uma comitiva oficial da Câmara, o que ainda está por acontecer”, disse Biondini à CNN.
A Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana também avalia o envio de representantes a Roma. Em nota divulgada na segunda-feira, o grupo lamentou a morte do Papa e se comprometeu a seguir promovendo os valores que ele defendeu.
“A Frente Parlamentar Católica, em espírito de oração, esperança e fé rende graças a Deus pelo dom da vida de Francisco e se compromete a continuar promovendo, na vida pública, os valores que ele incansavelmente reiterou: a dignidade inviolável da vida humana, o clamor da justiça e do bem comum, a sacralidade do matrimônio e da família, a Igreja em saída, o primado absoluto de Deus em todas as coisas”, afirmou o grupo.
O presidente da frente, deputado Luiz Gastão (PSD-CE), falou sobre a relevância da fé também na atuação política: “Antes de sermos políticos, nós somos cristãos, não podemos nos desassociar. É um erro você querer colocar que na política não devemos trazer nossos valores, e nossa fé. O Estado é laico, mas não é laicista. A semente de fé também está presente na política.”