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China aumenta tarifas sobre os EUA de 84% para 125%

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A China anunciou na manhã desta sexta-feira (11), no horário de Brasília, o aumento das tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos, elevando a taxação de 84% para 125%. A decisão foi divulgada pelo Ministério das Finanças chinês.

A medida é mais um capítulo da guerra comercial entre os dois países, reacendida após a Casa Branca confirmar que as tarifas americanas sobre produtos chineses chegam a 145%, considerando sobretaxas antigas e os acréscimos recentes determinados pelo presidente Donald Trump.

Em nota oficial, Pequim não poupou palavras. “A imposição pelos EUA de tarifas anormalmente altas à China viola gravemente as regras do comércio internacional e econômico, as leis econômicas básicas e o bom senso, sendo um ato completamente unilateral de intimidação e coerção, afirmou o governo chinês, que também apresentou uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC).

A missão chinesa na OMC destacou que “a China apresentou uma queixa à OMC contra as mais recentes medidas tarifárias dos EUA”, após uma nova ordem executiva americana publicada em 10 de abril.

Na última semana, Trump havia endurecido as medidas contra a China, anunciando aumentos tarifários de até 125%. A explicação oficial veio nesta quinta (10), quando a Casa Branca esclareceu que os 125% se somam a uma tarifa anterior de 20%, totalizando 145%.

Xi Jinping reagiu pedindo apoio da União Europeia contra a “intimidação” americana e disparou: “Não há vencedores em uma guerra tarifária.” Apesar disso, a China prometeu manter o embate comercial: “Pequim se opõe firmemente e jamais aceitará tais práticas hegemônicas e intimidatórias,” declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

Trump rebateu com firmeza: “A China precisa entender que os dias de explorar os EUA acabaram. A tarifa agora é 125%, com efeito imediato.” Ele também anunciou uma “pausa” de 90 dias na taxação para os mais de 180 países não retaliaram os EUA — com exceção da China. Durante esse período, esses países serão tarifados com uma alíquota universal de 10%.

Enquanto a disputa entre as duas maiores economias do mundo se intensifica, o mercado reage: o ouro atingiu um recorde histórico, refletindo o movimento de investidores rumo a ativos mais seguros.

A União Europeia, por sua vez, já discute retaliações caso as conversas com os EUA fracassem. O ministro das Finanças da Alemanha, Joerg Kukies, foi direto: “Se as negociações não funcionarem, teremos outra discussão sobre mecanismos de resposta.”

A ofensiva começou quando Trump detalhou no dia 2 uma nova tabela tarifária para mais de 180 países, com alíquotas entre 10% e 50%. A China foi atingida com uma taxa inicial de 34%, além dos 20% já em vigor. Pequim respondeu imediatamente com uma tarifa equivalente. A escalada seguiu com trocas sucessivas de aumentos — até que os EUA bateram 145% para determinados produtos.

Pequim classificou as medidas como “chantagem” e “tirania comercial”, enquanto Washington acusa a China de explorar o mercado americano e minar as indústrias locais. Um dos focos da guerra é o combate ao fentanil — droga sintética que os EUA dizem ter origem em empresas chinesas e que também motivou sobretaxas.

Mesmo em meio ao confronto, Trump sinaliza que um acordo ainda é possível: “Acredito que podemos chegar a um bom entendimento para os dois países.”

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