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Alckmin admite negociação com EUA para reduzir tarifas, mas governo Lula não garante avanço

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (17) que o Brasil busca um acordo com os Estados Unidos para reduzir a sobretaxa sobre a importação de aço e alumínio. O governo Lula, no entanto, ainda não garantiu avanços concretos na negociação.

“O Brasil não é problema para os Estados Unidos, eles têm superávit com o Brasil, tanto em bens quanto em serviços. Dos dez produtos que os EUA mais exportam para o Brasil, oito têm alíquota zero de importação”, disse Alckmin após reunião com Lula e o presidente da Eletros, Jorge Nascimento.

A sobretaxa foi imposta ainda no governo Donald Trump, com tarifa de 25% para aço e alumínio, impactando diversos setores da indústria brasileira, incluindo eletroeletrônicos. O governo Bolsonaro buscou isenções, mas sem apoio efetivo do PT, que agora precisa lidar com o impacto negativo sobre o setor produtivo.

Diferente da gestão anterior, que reduziu em 10% o Imposto de Importação sobre bens de capital (BK) e bens de informática e telecomunicação (BIT) para estimular o setor, o governo Lula apostou no Programa Brasil Semicondutores (Brasil Semicon). A iniciativa visa incentivar a produção nacional de chips, mas enfrenta desafios estruturais e falta de competitividade global.

Sobre a negociação tarifária com os EUA, Alckmin afirmou que já houve contato com o governo americano, inclusive com o embaixador Grier. “Abrimos a negociação, nosso chanceler Mauro Vieira também conversou com o embaixador, e optamos por fazer isso via Atec [Acordo de Comércio e Cooperação Econômica]”, declarou. No entanto, o vice-presidente apenas reforçou o “caminho do diálogo”, sem apontar avanços concretos.

No encontro, a Eletros apresentou um balanço positivo do setor eletroeletrônico, com crescimento de 29% na venda de eletrodomésticos em 2024, impulsionado pela demanda por ar-condicionados e ventiladores. A entidade anunciou um investimento de R$ 5 bilhões entre 2025 e 2027 para ampliação de fábricas e inovação.

O bom desempenho do setor contrasta com a falta de medidas eficazes do governo para ampliar a competitividade da indústria nacional. A prévia do PIB de 2024 e os altos juros mantidos pelo Banco Central indicam que o Brasil segue patinando em crescimento.

 

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