A equipe de segurança de Lula (PT) recebeu relatórios da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em dezembro de 2022 alertando sobre riscos de atos, como a tentativa de invasão à sede da PF em 12 de dezembro. Os documentos detalhavam rondas de veículos perto do hotel onde Lula estava hospedado, militantes bolsonaristas monitorados e tentativas de acessar o andar onde ele estava. A apuração é da Folha de S. Paulo.
A Abin monitorou protestos em frente ao hotel e identificou participantes de atos violentos, como Wellington Sousa, preso no Paraguai por tentativa de explosão no aeroporto de Brasília, e o major Cláudio Santa Cruz, ligado ao acampamento no QG do Exército e preso em 2023.
“Os relatórios evidenciam que havia um monitoramento antecipado da agência sobre manifestantes que apresentavam riscos à ordem pública. Caso o material tivesse sido trabalhado, o futuro rastreamento dos autores dos atentados do dia 8 de janeiro poderia ter sido facilitado”, apontou a apuração.
Relatórios apontaram novas movimentações no acampamento do QG a partir de 29 de dezembro e veículos suspeitos, como uma caminhonete usada por Serere Xavante, indígena preso por participar de protestos.
Apesar das informações, a PF concluiu que houve falhas na coordenação e distribuição dos dados, prejudicando a prevenção aos atos de 8 de janeiro. Nem a Abin nem a PF comentaram.