Comissão pretende detalhar rota do dinheiro desviado e transformar denúncias em propostas de lei
A CPMI do INSS entra agora na reta final da primeira fase dos trabalhos, dedicada a ouvir operadores diretamente envolvidos nos descontos irregulares de aposentados.
O núcleo considerado central no esquema já está preso, mas ainda há pelo menos dez nomes a serem chamados para prestar contas sobre movimentações suspeitas e participação em fraudes.
A comissão quer dar visibilidade a todos os envolvidos para evitar que esses grupos voltem a atuar no sistema previdenciário.
Com o recesso do Congresso previsto para a primeira semana de dezembro, o calendário fica restrito. O plano é encerrar essa etapa antes da pausa legislativa. O retorno está previsto para a primeira semana de fevereiro, quando a CPMI pretende abrir a segunda fase, considerada a mais sensível e com maior pressão política e econômica.
O foco de 2026 será o setor financeiro. Representantes dos Procons devem ser os primeiros a serem ouvidos no retorno dos trabalhos, já que acumulam anos de denúncias e alertas sobre descontos irregulares.
A comissão quer transformar esse histórico de relatos em propostas concretas de regulamentação.
Na sequência, começam a ser convocados os bancos responsáveis por operações consignadas.
Espera‑se forte resistência do setor financeiro, que movimenta bilhões e mantém relações estratégicas com diferentes esferas do governo. Apesar disso, a CPMI pretende expor o que classifica como relação abusiva e exploratória entre instituições financeiras e aposentados.
Ainda neste ano, antes do recesso, serão chamados os operadores que receberam valores significativos dentro do esquema.
Essa etapa inclui os chamados “laranjas”, usados para lavar dinheiro por meio de contas pessoais e negócios de fachada. A comissão quer identificar a rota final dos recursos desviados e reconstruir o caminho do dinheiro que saiu dos benefícios previdenciários.
