O procurador Bradson Tibério Luna Camelo, do Ministério Público de Contas da Paraíba (MPC-PB), recomendou nesta quinta-feira (17) que Alanna Galdino devolva R$ 646,9 mil recebidos entre 2015 e 2022 enquanto ocupava cargo comissionado na Secretaria de Planejamento do Estado (Seplag). Segundo auditoria do TCE-PB (Tribunal de Contas do Estado da Paraíba), ela teria atuado como “funcionária fantasma” ao longo dos sete anos.
Em parecer técnico, Camelo fez referência à canção “Evidências”, de Chitãozinho e Xororó: “Não podemos negar as aparências e disfarçar as evidências, não podemos viver fingindo!”, escreveu o procurador, ao defender que a nomeação de Alanna para o cargo de conselheira do TCE seja suspensa.
Indicada pela Assembleia Legislativa da Paraíba, Alanna teve sua nomeação aprovada no dia 18 de março. A decisão, no entanto, chegou a ser suspensa judicialmente no início de abril, mas acabou sendo revertida no dia seguinte.
A auditoria do Tribunal de Contas apontou que Alanna não estava cadastrada nos sistemas internos da Seplag e não apresentou qualquer comprovação de atividades funcionais. O relatório também concluiu que ela não cumpre o requisito constitucional de dez anos de experiência em áreas como Direito ou administração pública, exigência para o cargo de conselheira.
O parecer do MPC recomenda ainda que o governador João Azevêdo (PSB) e os secretários estaduais sejam notificados para apuração das responsabilidades. A defesa de Alanna, representada pelo advogado Solon Benevides, nega qualquer irregularidade e afirma que há documentação que comprova a atuação da ex-servidora.