O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), nomeou Alanna Galdino para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB). Ela vem a ser filha do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino (Rep), que domina o Legislativo local.
Agora, o Ministério Público de Contas tenta obter no próprio TCE do Estado a suspensão da nomeação e pede que o caso seja investigado, considerando que Alanna foi a única candidata formal ao cargo, barrando outros nomes mais qualificados, e nem sequer passou por sabatina.
Formada em Direito, a filha do presidente da Assembleia Legislativa possui uma única experiência profissional como funcionária comissionada da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado, na condição de agente de programas governamentais.
Para o Ministério Público, a nomeação afronta os princípios da moralidade administrativa e da impessoalidade. Na representação, obtida por este site, as procuradoras Isabella Barbosa Marinho Falcão e Sheyla Barreto Braga de Queiroz alertam para a atipicidade do processo.
Em 17 de março, a CCJ da ALEPB aprovou a indicação. No dia seguinte, o relator Felipe Leitão (PSD) dispensou Alanna da sabatina, alegando não ser obrigatória. Em seguida, o plenário e ratificou seu nome — com apenas um voto contrário. A nomeação foi oficializada pelo governador socialista horas depois.
Alanna substitui Arthur Cunha Lima, aposentado compulsoriamente após ter seu nome envolvido na Operação Calvário, que investigou esquema de corrupção em contratos entre a Cruz Vermelha e hospitais estaduais na gestão do petista Ricardo Coutinho. Ex-deputado estadual, Arthur é primo de Ronaldo Cunha Lima.