Você teria paciência de assistir a uma série de streaming ao longo de dezenas de semanas mesmo conhecendo todo o enredo e sabendo o final? E se você não tivesse escolha? Pois, o STF vai nos obrigar a acompanhar essa novela do inquérito do golpe até às vésperas eleitorais.
Não bastassem as CPIs das Fake News, da Pandemia e os seis anos do inquérito do fim do mundo, celebrados amanhã.
Lá vamos nós a novas rodadas de salamaleques dos supremos togados, às velhas manchetes e editoriais sobre democracia, ao histrionismo teatral da apresentadora que parece gozar a cada emoji recebido no WhatsApp.
É muita tortura para uma sociedade que só queria poder comer um ovo mexido no café da manhã e aquela prometida picanha fatiadinha, com a gordurinha passada na farofa, aos fins de semana. É pedir muito?
Não basta sequestrar a liberdade de expressão, querem nos submeter a uma interminável sessão de lobotomia, para que cheguemos à próxima campanha eleitoral repetindo o mantra antifascista, enxergando ameaças à soberania em antenas parabólicas e aceitando o resultado inquestionável cuspido por uma urna eletrônica.
Quem não sabe que Jair Bolsonaro está fora do páreo, mas que será usado para reforçar palanques e ampliar bancadas, do PL ao Centrão?! Quem não sabe que bolsonaristas, lavajatistas e anti-petistas em geral serão interditados na disputa pelo Senado?!
Ora, me deixem fora desse mau sentimento. Não quero suas lições de civilidade. Se temos de aceitar um simulacro de democracia, vocês poderiam ao menos nos poupar desse “Tratamento Ludovico” e ainda economizar uma boa grana do pagador de impostos.
Mas quando chegar o momento, esse nosso sofrimento, vamos cobrar com juros, juro.