Durante audiência na Câmara, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), voltou a negar nesta tarde que tenha sido omisso diante das denúncias do esquema de fraudes promovido por sindicatos contra aposentados e pensionistas do INSS. O prejuízo estimado é de até R$ 6,3 bilhões.
“Se tem quadrilha aqui, eu te garanto que não é nossa”, disse Lupi aos parlamentares. “Eu agi, eu demiti um diretor, eu instalei uma apuração. A gente não está parado, estamos agindo bastante”, completou o ministro.
A audiência, originalmente destinada à apresentação da agenda estratégica do ministério, foi dominada pelos desdobramentos da megaoperação “Sem Desconto”, deflagrada pela PF e pela CGU na semana passada.
A PF afirma que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
Lupi também defendeu “cadeia para quem roubou dinheiro público”: “Preparem-se que vai para cadeia toda essa gentalha marginal, inclusive quem está atrás deles, os mentores”.
Em entrevista ao jornal O Globo, publicada no último dia 27, o pedetista admitiu que teve conhecimento dos descontos irregulares desde o início de 2023, mas só adotou medidas em março de 2024.
Na mesma entrevista, Lupi reconheceu a demora na adoção de ações para conter as fraudes, como a implementação da biometria, que ainda depende de agendamento prévio para ser incorporada ao sistema do INSS.
O ministro alegou que, apesar de saber das denúncias e do aumento nos descontos pelos sindicatos, foi necessário reunir documentação e informações antes de agir.