O líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), disse há pouco que o partido deixará a base do governo Lula (PT) caso o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), seja demitido.
“E eu acho, sim, que se demitir o nosso presidente Lupi, nós queremos também sair desse compartimento político, porque esse compartimento político não trata com reciprocidade e fidelidade os seus”, disse o parlamentar em entrevista à CNN Brasil.
Para Heringer, a possível demissão de Lupi representaria um abandono dos aposentados. Ele também defendeu a conduta de Lupi no caso, afirmando que o ministro é um “cara sério, um cara probo e, com certeza, muito diligente”.
“Pode ter certeza absoluta que não haverá recuo nessa defesa e que nós continuaremos mostrando a lisura do nosso comportamento”, completou o líder do PDT na Câmara.
Lupi foi responsável pela indicação de Alessandro Stefanutto para a presidência do INSS, afastado judicialmente após ser alvo da Polícia Federal (PF). Stefanutto é acusado de autorizar, “de maneira excepcional” e “sem previsão normativa”, o desbloqueio, em junho de 2024, de uma leva de novos descontos de associações em pensões e aposentadorias de segurados, quando já havia “indícios robustos da realização de descontos indevidos” por sindicatos.
Segundo a PF, foram “atos temerários” diante da “quantidade de problemas” sinalizados pela Controladoria-Geral da União (CGU), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e até pela auditoria-geral do próprio INSS.
No total, os sindicatos teriam cobrado ilegalmente de aposentados e pensionistas do INSS um valor estimado de R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.