A Justiça se prepara para julgar mais um caso controverso relacionado aos atos de 8 de janeiro. Desta vez, a ré é Diovana Vieira da Costa, uma balconista gaúcha grávida de oito meses, que alega ter chegado a Brasília apenas na noite do dia dos protestos e nega qualquer envolvimento na depredação dos prédios dos Três Poderes. Apesar disso, ela foi presa na manhã seguinte nas proximidades do Quartel-General do Exército e agora pode ser condenada.
A própria Procuradoria-Geral da República reconheceu na denúncia que não há provas da participação de Diovana nos atos de vandalismo.
“No dia 8 de janeiro de 2023, alguns dos acampados, embora não se tenha notícia até o presente momento de que a denunciada estivesse entre eles”, afirmou o órgão.
Casada com um motoboy, Diovana teme ser condenada sem evidências concretas.
“É assustador pensar que posso ser presa esperando uma bebê. Não participei dos atos em Brasília, eu fui lá apenas para conhecer a capital”, declarou à VEJA.
Ela está sendo representada pela Defensoria Pública da União.
O caso de Diovana se junta a outras decisões judiciais polêmicas envolvendo manifestantes do 8 de janeiro, como o de Débora Santos, condenada a 14 anos de prisão por participação nos atos e conhecida por ter pichado a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça.