Durante o programa ALive, do jornalista Claudio Dantas, nesta quinta-feira (10), o analista político e presidente do Instituto Democracia e Liberdade, Carlos Dias, afirmou que a atual “guerra tarifária” entre os EUA e a China não se trata de uma disputa comercial, mas, sim, de uma “guerra monetária”.
De acordo com Dias, os Estados Unidos abriram mão de sua capacidade produtiva em bens e serviços, transferindo grande parte dessa estrutura para a China, e, em consequência, passaram a focar na exportação do que ele considera seu principal ativo: o dólar.
“O Trump enxergou isso muito bem. Eu acho que é um estrategista de primeira e tem uma equipe excepcional, tá certo? Porque ele já está fazendo as contenções de custo internos, que é exatamente o que nós estamos assistindo, com uma depuração da estrutura do governo americano e financiamentos internacionais indevidos”, destacou o analista. “O que tá se estancando aqui é o dólar parar de financiar essas estruturas”.
Dias também chamou atenção para o histórico recente da balança comercial americana: “Não falo apenas da balança comercial americana, que no ano passado registrou déficit. Nos últimos sete anos, isso tem sido recorrente, mas, enfim, trata-se de algo muito maior — em torno de 1,2 trilhão de dólares”.
Em contraste, ele ressaltou o desempenho positivo da economia chinesa: “Se você comparar sete anos, ela [a China] só teve superávit, crescente superávit. Os Estados Unidos, ao contrário, crescente déficit”.
Ao analisar os reflexos dessa “guerra monetária” sobre o Brasil, o analista criticou a condução da política nacional e apontou a ausência de um plano estratégico por parte do governo Lula (PT): “Falar do Brasil é falar do sub, do subdesenvolvimento, porque não é só uma questão de ordem econômica — que nós temos grande potencialidade — mas a mediocridade política e institucional no Brasil é imensa”.
“Você tem, por exemplo, o Ministério do Planejamento — embora eu não seja nenhum centralista, pelo contrário, sou favorável ao livre mercado — você não tem uma noção do que seria o país, ou o que será o Brasil, o que é o projeto de país, governado por um anão e por um corrupto, de clareza internacional”, completou.
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