Durante aula magna em São Luís, na última sexta-feira (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, sugeriu que o vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT), dispute o governo estadual em 2026, com a professora Teresa Helena Barros como vice. O comentário, feito em tom descontraído, foi entendido como um aceno político direto e provocou reação do atual governador, Carlos Brandão (PSB).
Pode isso, Arnaldo? Ministro de Suprema Corte e ex-governador dando pitaco na política local? 🤐🤐 pic.twitter.com/Icj2VjIGhu
— Wilson Lima (@wilsonlimaslz) May 12, 2025
“É uma alegria te ver, Felipe, e em nome dessa amizade quero te dar uma sugestão: ponha a Teresa de vice-governadora porque vai ficar imbatível, a mulher é popular, viu?”, disse Dino durante discurso a alunos de Direito da UNDB.
Brandão, que rompeu politicamente com Dino em 2024 após a indicação do ex-governador ao STF, não gostou da movimentação e respondeu em tom crítico: *“Esse não é momento de disputa política. É momento de governar, de cuidar do nosso povo e de transformar o Maranhão. Nosso foco é trabalho. Nosso compromisso é com o povo. Aqui se arregaça as mangas e se entrega resultado. Disputa política não é o nosso caminho, transformar vidas é.”*
Dino e Brandão foram aliados até as eleições de 2022, mas a relação azedou após Dino assumir cargos no governo federal e no STF. O grupo político ligado ao ministro passou a confrontar a gestão estadual, que, por sua vez, trabalha para lançar Orleans Brandão, secretário de Assuntos Municipalistas e parente direto do governador, como sucessor em 2026.
O episódio ocorre após outros atritos recentes, como a denúncia de que dois assessores de Dino no STF teriam acessado sistemas da Procuradoria-Geral do Estado para preparar uma ação contra o procurador Valdenio Nogueira Caminha. O caso, revelado pela própria PGE, está sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os assessores negam irregularidades.