A pena de 14 anos de prisão imposta à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos pelo STF gerou repercussão internacional e abriu um novo capítulo no debate sobre a desproporcionalidade das penas aplicadas aos manifestantes do 8 de janeiro. Veículos como Fox News, BBC e Yahoo News deram destaque ao caso, enfatizando o peso da sentença imposta à Débora, por pintar “perdeu, mané” com batom na estátua da Justiça, em frente ao Supremo.
A frase faz alusão a uma provocação feita pelo próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em 2022. Débora foi condenada por cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado.
O voto pela condenação partiu do ministro Alexandre de Moraes e foi acompanhado por Flávio Dino e Cármen Lúcia. Cristiano Zanin votou por uma pena menor, de 11 anos, enquanto Luiz Fux propôs apenas um ano e meio.
A imprensa estrangeira tratou o episódio com perplexidade. A Fox News destacou o uso do batom como instrumento de “vandalismo” e a severidade da pena. A BBC seguiu a mesma linha, chamando atenção para a condenação por pintar com batom a estátua. O Yahoo News ressaltou o tempo da pena, enquanto o site The Business Standard, de Bangladesh, ironizou com a expressão “golpe do batom”.
A defesa de Débora alega que ela não participou de destruições e que a punição é desmedida. O caso se transformou em símbolo do que muitos veem como abusos do Judiciário. Paralelamente, cresce a articulação no Congresso por uma proposta de anistia aos manifestantes, uma resposta política diante do avanço do autoritarismo judicial disfarçado de “justiça exemplar”.
Débora virou o rosto de uma controvérsia que ultrapassou fronteiras e passou a ser vista internacionalmente como exemplo de perseguição e excesso do Judiciário.