O Banco Central da China ordenou aos principais bancos estatais que reduzam a compra de dólares. A medida tenta conter a desvalorização do yuan, pressionado por uma nova rodada de tarifas dos Estados Unidos e pelo agravamento da guerra comercial.
Além disso, os bancos foram instruídos a reforçar o controle sobre ordens de compra em dólar feitas por clientes. Nesta quarta-feira (9), instituições chinesas foram vistas vendendo dólares e comprando yuans de forma agressiva no mercado à vista onshore, segundo a agência Reuters.
Mesmo com o impacto direto no setor de exportações — motor da economia chinesa —, o Banco Popular da China mantém o foco na estabilidade financeira. O governo busca evitar fuga de capitais e colapso cambial às vésperas de mais sanções comerciais.
As novas tarifas dos EUA, que entraram em vigor nesta quarta-feira, atingem quase todos os parceiros comerciais de Washington e elevam os impostos de importação sobre produtos chineses para mais de 100%. O tarifaço já causa estragos na indústria têxtil de Guangzhou, onde pedidos internacionais foram cancelados, deixando fábricas com estoques encalhados e prejuízo milionário, conforme reportagem do New York Times.
Em resposta, a China anunciou tarifas de retaliação. A União Europeia também se movimenta para retaliar medidas americanas sobre aço e alumínio. “Os Estados Unidos continuam impondo tarifas arbitrárias à China e exercendo pressão extrema implacavelmente. A China se opõe firmemente e jamais aceitará tal comportamento dominador e intimidador”, declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
Na madrugada de quarta-feira, o yuan caiu cerca de 1,3% no mês e era negociado a 7,35 por dólar no mercado doméstico. No mercado offshore, a moeda chegou à mínima histórica durante a noite. “O direito legítimo do povo chinês ao desenvolvimento não pode ser privado, e a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China não podem ser violados”, afirmou Lin.