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Bolsonaro inicia ofensiva no Nordeste por anistia e 2026

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarca nesta sexta-feira (11) no Rio Grande do Norte para a inauguração do Rota 22, projeto do partido para ampliar o alcance de pautas da Oposição com foco no Nordeste. Entre os temas-chave dos encontros está a anistia aos presos pelo 8 de Janeiro.

Idealizado pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), o Rota 22 aposta em oficinas e seminários com bandeiras do bolsonarismo para reorganizar a base no principal reduto eleitoral do PT.

A agenda de Bolsonaro começa por Acari (11h), passa pela barragem de Oiticica (13h) e termina em Pau dos Ferros (18h), totalizando cerca de 450 km percorridos em um único dia. Os locais visitados abrigam o que Marinho chama de “as duas maiores obras” do governo Bolsonaro — obras que, segundo ele, foram ignoradas ou apropriadas pelo atual governo.

Além da anistia, o projeto mira diretamente o presidente Lula. O senador quer levar o Rota 22 a pelo menos 8 estados até 2026, com foco em quatro nordestinos. Em 2022, Lula teve 69,34% dos votos no segundo turno no Nordeste. Mas em 2024, o PL avançou: venceu em Aracaju e Maceió, mostrando que o cenário pode mudar. “Queremos eliminar a narrativa de que Bolsonaro virou as costas para o Nordeste. Isso é mentira”, declarou Marinho.

A viagem também pressiona o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar a urgência do PL da Anistia. Até quinta-feira (10.abr), o texto havia recebido 251 assinaturas de deputados, número suficiente para o pedido avançar — mas Motta continua resistente.

A demora incomodou aliados de Bolsonaro. O pastor Silas Malafaia afirmou que Motta “envergonha a Paraíba” e o acusou de estar “afinadíssimo” com Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos do 8 de Janeiro. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), cogitou organizar um ato em João Pessoa, mas depois recuou e classificou Motta como “aliado”.

O Rota 22 também inclui o lançamento de um aplicativo para celular, que visa identificar e divulgar obras do governo Bolsonaro. O sistema vai emitir notificações sempre que o usuário se aproximar de uma dessas obras, incentivando fotos e postagens em redes sociais — uma reação ao uso da máquina pública por Lula para se promover, segundo aliados do PL.

A aposta do partido é digitalizar o legado de Bolsonaro e confrontar o que chamam de “narrativa oficial” do PT, que tenta apagar marcas da gestão anterior ao mesmo tempo em que enfrenta queda de popularidade, inflação alta e falta de entregas concretas no Nordeste.

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