A direita no Brasil está atordoada com a decisão de Donald Trump que, sem dar qualquer satisfação, retirou Alexandre de Moraes e sua esposa do rol de sancionados pela Lei Magnitsky. Se o lobby de Joesley Batista é evidente, as razões que levaram o presidente americano a tomar medida tão despropositada não parecem tão claras — e talvez nunca sejam esclarecidas de todo.
Mas um caminho para compreender a ‘química’ estabelecida entre Trump e Joesley passa por grandes bancas de advogados ligados ao bilionário americano e também contratadas pelo bilionário brasileiro. A principal delas é a Kasowitz Benson Torres, fundada por Marc Kasowitz, que foi o advogado pessoal de Trump por mais de 15 anos.
Marc reestruturou dívidas de cassinos de Trump em Atlantic City, travou batalhas jurídicas contra a mídia e liderou sua equipe jurídica externa no Russiagate. Um dos sócios de Marc na banca foi Kevin Arquit, que se tornou próximo de Trump e chegou a ser cotado para a Presidência da Federal Trade Commission (FTC), a agência antitruste dos EUA.
Em 2021, a JBS USA contratou Arquit a peso de ouro como chefe global de seu Departamento Jurídico. Além da estrutura interna, a companhia também dispõe de várias bancas terceirizadas, como a Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan, que também representa importantes doadores e aliados de Trump, como Elon Musk, CEO da Tesla e dono do X.
Um dos sócios-gerentes do escritório é Richard Burck, advogado de Steve Bannon, estrategista da primeira campanha de Trump e guru de Eduardo Bolsonaro. Burk também atuou nos bastidores para obter acordos da administração Trump para a suspensão de sanções contra escritórios hostis, em troca de serviços jurídicos pro bono para o governo americano.
A JBS USA também tem em sua folha, desde 2017, a famosa banca Baker & McKenzie, que foi justamente a firma contratada pelo governo brasileiro para defender o país contra o tarifaço de Trump.
Por fim, o grupo de Joesley e Wesley Batista contratou ainda a empresa de lobby Keys Group, especializada em políticas agrícolas e com fortes conexões com o partido Republicano. É atribuída à Keys Group a doação de US$ 5 milhões da Pilgrim’s Pride (subsidiária da JBS USA) para o comitê inaugural de Trump.
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