A ministra da Cultura, Margareth Menezes, teve a audiência pública em que deveria prestar esclarecimentos sobre o uso de recursos públicos para a realização de shows durante o Carnaval, bem como sobre o suposto aparelhamento do Programa Nacional de Comitês de Cultura, adiada.
As comissões de Cultura e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara haviam agendado a audiência para a próxima quarta-feira (16), mas o encontro foi remarcado para o dia 30 de abril, às 10h.
A confirmação do adiamento foi dada pelo líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), que é autor dos requerimentos. Embora o motivo do adiamento da audiência pública com Margareth não tenha sido esclarecido, devido ao feriado de Páscoa, as atividades na Câmara e no Senado estarão com funcionamento reduzido nesta semana.
Em fevereiro deste ano, Margareth foi contratada para realizar shows em eventos pagos pelas prefeituras de Salvador e Fortaleza, conforme informações da Folha de S.Paulo. Os custos totais das apresentações chegaram a 640 mil reais. A prefeitura de Fortaleza contratou a empresa Pedra do Mar Produções Artísticas, responsável pela ministra, para que ela se apresentasse no Ciclo Carnavalesco 2025. Já a prefeitura de Salvador gastou 290 mil reais para a artista se apresentar no dia 2 de março.
Além disso, uma reportagem do Estadão revelou áudios que indicam que os comitês de cultura criados por Lula (PT) e pela ministra foram utilizados para favorecer aliados nas eleições de 2024, com o apoio da liderança do Ministério da Cultura.
Nas gravações, a secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, exige que Marcos Rodrigues, ex-chefe do comitê do Amazonas, utilize a estrutura do comitê para apoiar sua candidatura à câmara municipal de Manaus, na qual foi derrotada.
Segundo Moura, a secretária Roberta Martins, responsável pelo Programa Nacional de Comitês de Cultura, classificou como “um absurdo” a falta de empenho do comitê amazonense.