Em depoimento ocorrido em novembro de 2024, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ameaçou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que aquele seria o último momento para o militar falar a verdade.
“Eu quero fatos, por isso eu marquei essa audiência. Eu diria que é a última chance do colaborador dizer a verdade sobre tudo”, afirmou Alexandre de Moraes para Cid durante o depoimento.
“Eu vou passar a palavra a ele [Cid], só que eu já… Porque depois – e quero, aqui, não vai dizer que não avisei –, depois eu tenho aqui um relatório detalhado não só da investigação como do novo relatório que a Polícia Federal está apresentando agora, encerrando a investigação sobre a tentativa de golpe, com 700 páginas detalhadas”, continuou Alexandre de Moraes, insinuando que incompatibilidades do relatório da PF com a delação poderiam comprometer Cid.
A fala foi consta em um dos vídeos da delação premiada do ex-ajudante de ordens, cujos trechos foram liberados na tarde desta quinta-feira (20) por Moraes. Os depoimentos, obtidos pela Polícia Federal (PF) no ano passado, já tinham tido o sigilo da transcrição revogado na quarta, mas as mídias ainda não estavam acessíveis ao público.