O Itamaraty convocou o encarregado de Negócios da embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre a deportação de brasileiros algemados. A medida funciona como uma advertência em linguagem diplomática. Parece que Lula vê no episódio uma forma de desviar as atenções sobre a pesquisa que mostra a aprovação de seu governo despencando, inclusive no Nordeste, ou para limpar sua barra com Nicolás Maduro, que, a interlocutores, tem se referido ao petista como “covarde” e “agente da CIA”.
É tedioso ver o governo insistindo em criticar o que chama de “uso indiscriminado” de algemas contra os deportados, sem considerar que, entre eles, há criminosos perigosos e não apenas brasileiros desiludidos com o Brasil de Lula. Fora que se trata de um protocolo da década de 1980, que não incomodou Lula na gestão Biden. O nível de militância e infantilidade da diplomacia é tamanho que, em nota, o Itamaraty resolveu falar mal do ar-condicionado da aeronave, como se a tripulação e os policiais americanos que faziam a escolta dos ilegais não tivessem passado pelo mesmo perrengue.