A aprovação do parecer que recomenda a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) foi um dos temas do programa ALive desta quinta-feira (10). A cientista política Carol Sponza e o analista político Carlos Dias repercutiram o episódio e apontaram para um padrão de comportamento do PSOL, que segundo eles, transforma o Parlamento em palco de teatro.
Carol Sponza, que esteve na Câmara nessa quarta-feira (9), dia da votação, afirmou ter tido dúvidas sobre o caso, mas mudou de opinião ao observar a conduta dos envolvidos.
“A gente vê essas cenas da pessoa tratando o Parlamento como uma cozinha de casa, uma completa falta de decoro […] É isso aí mesmo, tem mais é que ser cassado”, disse.
Apesar disso, ela ponderou que o episódio foi delicado devido à perda recente da mãe de Glauber Braga.
“Se fosse no meu caso, ofendendo a minha mãe, eu também ficaria um pouco fora de mim”.
Carlos Dias foi ainda mais direto na crítica ao partido de Glauber. Para ele, o PSOL “sai de uma veia podre do PT” e só entende a linguagem da força.
“Eles só entendem essa linguagem, a linguagem deles exatamente é essa. É do fechamento de questões objetivamente para a conversa e diálogo, para o confronto, para a força”.
O analista ainda relembrou o atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro, lembrando que o autor era filiado ao PSOL.
“Até hoje ninguém sabe como ele entrou na Câmara, que gabinete visitou”.
Dias falou ainda sobre a contradição do PSOL ao não defender pena de morte a estuprador, mas admite a pena de morte para a criança, ao ser a favor do aborto, que é tão vítima quanto a mãe violada.
“É um partido que não devia existir. Ele tinha que ser extinto, não pela estrutura de Estado, mas pelo próprio eleitorado”, finalizou.
A decisão do Conselho de Ética foi aprovada por 13 votos a 5 e agora precisa ser confirmada em plenário. Glauber Braga ainda pode recorrer à CCJ.