Dias antes de ser demitido por Lula, Carlos Lupi, então presidente da Previdência Social, enviou um parecer à Câmara alegando que não é responsabilidade do órgão monitorar possíveis descontos nas aposentadorias.
A declaração foi dada ainda em fevereiro, antes do escândalo estourar, quando a deputada Julia Zanatta (PL-SC) questionou descontos indevidos revelados numa auditoria do próprio INSS. Semanas depois a investigação da Polícia Federal mostraria um roubo de 6,3 bilhões que derrubaria Lupi e o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
No esclarecimento, Stefanutto, que também assinou o documento, diz que a fiscalização e autorização dos descontos são responsabilidade da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência).
“Toda a operação sistêmica é processada via Dataprev, que é responsável pela operação sistêmica e pelo processamento dos descontos”, afirma. Sobre o rombo, o documento alegou que “não é possível identificar indício de dolo, fraude ou erro”.