A investigação relacionada às suspeitas de fraude no INSS identificou que 47 imóveis foram comprados pelos envolvidos no esquema entre 2018 e 2025. Ao todo, segundo a Polícia Federal, as transações somaram um valor total de R$ 35 milhões.
A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril, apura o uso de dados de aposentados para descontos irregulares de mensalidades de associações em folha de pagamento. Os investigados teriam desviado recursos públicos ao longo de anos usando convênios com o INSS.
Segundo a PF, parte do dinheiro foi usada para adquirir 16 salas comerciais em São Bernardo do Campo (SP), ligadas à Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura). Outras aquisições incluem apartamentos, casas, terrenos e unidades comerciais em estados como São Paulo, Goiás, Bahia e Distrito Federal.
O levantamento mostra que os imóveis foram registrados em nome de pessoas físicas ligadas ao esquema, de empresas de fachada e até de associações envolvidas na fraude.
A PF também apura se o patrimônio foi usado para lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Os imóveis foram bloqueados pela Justiça a pedido dos investigadores.
As suspeitas de irregularidade foram reveladas por reportagens do portal Metrópoles e serviram de base para inquérito da PF e apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
A investigação já resultou na queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e do ex-presidente do INSS. O governo agora tenta apresentar um plano para ressarcir os aposentados prejudicados pelos descontos ilegais.