O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), aumentou a pressão sobre o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que coloque em votação o Projeto de Lei da Anistia, que prevê o perdão judicial aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Sóstenes afirmou que já foram cumpridas as exigências impostas por Motta para a inclusão do projeto na pauta.
“O presidente Hugo Motta falou: ‘Se trouxer as assinaturas de líder a gente pauta’. Já tínhamos os líderes e ele segurou. ‘Se trouxer a maioria a gente pauta’, o presidente Hugo Motta com certeza, e confiando no equilíbrio e no trato dele, ele dará a celeridade e tenho convicção que vai querer tirar esse assunto de pauta porque já construímos a maioria na Casa”, afirmou.
Segundo ele, a demora em pautar o texto pode prejudicar a própria condução de Motta na presidência.
“Se ele, como presidente, se indispor com a esquerda e com o maior partido da direita, ele vai ficar inviabilizado na condição da Casa, então ele vai precisar tomar essa decisão com urgência”, disse.
O parlamentar também revelou que o PL já obteve as 257 assinaturas necessárias para protocolar o pedido de urgência da matéria.
“Estamos dando conforto ao presidente para que ele diga a quem ele precisa dizer que é maioria: ‘Não tenho mais como segurar’ e inserir na pauta e a gente apreciar a matéria”, completou.
A expectativa de Sóstenes é que a proposta entre na pauta da Câmara no dia 24 de abril, após conversa com Hugo Motta, prevista para o dia 22.
“Pretendo estar com ele tão somente na terça-feira, dia 22, conversar, não abrirei mão dessa conversa com ele na terça de manhã com ele pra gente resolver essa questão e ele me dar a posição dele com relação ao cronograma”, afirmou.
Em evento da Associação Comercial de São Paulo, realizado no dia 7, Hugo Motta já havia sinalizado cautela sobre o tema.
“Esta não é pauta única do Brasil. Nós não podemos ficar uma casa de uma pauta só, uma música de uma nota só, não é isso. O Brasil é muito maior do que isso, nós temos inúmeros desafios”, disse.
Motta também alertou para o risco de tensão entre os poderes caso o tema avance sem diálogo.
“É por isso que conduzirei este tema com a serenidade que ele requer, ouvindo os líderes, respeitando a maioria da casa. Então, não contem com este presidente para agravar uma situação no país que já não é tão boa.”