A Polícia Federal indiciou Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por violação de sigilo funcional com dano à administração pública. A investigação apura o vazamento de diálogos do ministro Alexandre de Moraes com auxiliares do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF). O conteúdo indicava que Moraes teria utilizado o cargo no TSE para municiar inquéritos no STF fora do rito oficial. O ministro nega.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) agora decidirá se há elementos para apresentar denúncia à Justiça. Segundo o relatório da PF, Tagliaferro teria repassado informações sigilosas a um jornalista da Folha em abril de 2024. A Polícia concluiu que ele “praticou, de forma consciente e voluntária” a violação do sigilo funcional enquanto ocupava um cargo de confiança na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE.
O relatório da PF aponta que os vazamentos tinham o objetivo de expor o STF e desgastar Moraes, comprometendo sua imparcialidade e afetando investigações conduzidas pela Suprema Corte. “O intento da publicidade daquelas informações era arranhar a imagem do Ministro do STF, questionar-lhe a imparcialidade e turbar ainda mais o cenário político-social do país”, diz o documento.
“Por todas as razões delineadas, com amparo nas informações trazidas aos autos, com extensa realização de oitivas e amparo na quebra de sigilo telemática deferida, constata-se a materialidade”[do crime]“, diz a PF.
A investigação também revelou que Tagliaferro teria tentado desviar a suspeita do vazamento para a Polícia Civil de São Paulo (PC-SP), sugerindo que os dados poderiam ter sido extraídos ilegalmente pelo órgão. “O investigado tentou baralhar a investigação, projetando a responsabilidade dos atos ilícitos sobre servidores da PC-SP”, afirma a PF.
alexandre de moraes com a imagem arranhada?