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PCC tenta contato com Nunes Marques; depois pede que ação vá para Fachin

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Mesmo atrás das grades, integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) seguem tentando influenciar decisões judiciais no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma investigação divulgada pelo Metrópoles, revelou que Rodrigo Felício, o “Tiquinho”, membro da alta cúpula da facção, orientou sua filha a buscar acesso ao ministro Kassio Nunes Marques.

Apesar de tentativas de aproximação, o ministro Nunes Marques, rejeitou todos os recursos apresentados por “Tiquinho”. Sem sucesso, o próprio criminoso orientou sua defesa a pedir a redistribuição dos processos para o ministro Edson Fachin.

O Procedimento Investigatório Criminal (PIC), com 683 páginas de quebras telemáticas e material apreendido, detalha as ações de Tiquinho a partir da Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Venceslau II (SP). Mesmo preso, Tiquinho utilizava cartas manuscritas — entregues com o auxílio da companheira durante visitas — para dar orientações externas. Em uma dessas comunicações, orientou a filha sobre como abordar o ministro Nunes Marques.

Segundo a apuração, a filha de Tiquinho detalhou que amigos do namorado tentariam marcar uma reunião diretamente com o Nunes Marques, e prometeu dar um retorno após conversa com um “contato no Supremo”. Ela também explicou que, caso o encontro fosse concretizado, enviaria um telegrama ao pai com informações codificadas.

Em outra conversa extraída pela investigação, a jovem informou que, apesar dos esforços, tiveram dificuldades para viabilizar o encontro. Chegaram a se aproximar de alguém que havia trabalhado com Nunes Marques, mas constataram que o contato não resultaria no que esperavam. Mesmo assim, garantiram que continuariam tentando estabelecer uma ponte com o ministro.

O gabinete de Nunes Marques confirmou, em nota ao jornal, que houve apenas uma audiência solicitada formalmente por advogado constituído — como é de praxe no STF — e que o ministro jamais recebeu qualquer pessoa ligada ao criminoso.

As investigações mostram que, além das tentativas de contato com autoridades, Tiquinho continuava comandando atividades ilícitas de dentro da prisão. As cartas apreendidas revelam detalhes sobre a logística milionária do tráfico internacional de drogas, incluindo ordens relacionadas à movimentação de cocaína e maconha, além da atuação do “setor de inteligência” da facção.

Esse setor, conhecido como “sintonia restrita”, é composto por membros de extrema confiança da cúpula do PCC e tem o objetivo de gerenciar operações estratégicas da organização criminosa. A apuração demonstra como, apesar do isolamento físico imposto pelas unidades de segurança máxima, o fluxo de informações da facção continua ativo e eficiente.

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