O deputado Paulo Azi (União-BA) assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara com a missão de reduzir tensões entre parlamentares e diminuir os embates com o Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (20), um dia após ser eleito, Azi afirmou que pretende priorizar projetos com impacto prático para a sociedade.
Considerada a comissão mais importante da Casa, a CCJ foi palco de disputas ideológicas nos últimos anos. Azi destacou que qualquer radicalização dificulta a construção de consensos.
“Você fica ali em sessões infindáveis, muitas vezes discussões que até ultrapassam o nível da razoabilidade e não se aprova praticamente nada de relevância para o país”, afirmou.
Mudança de perfil na CCJ
Azi sucede a deputada Caroline de Toni (PL-SC), que focou em pautas conservadoras, como propostas para limitar o poder do STF e restringir o aborto legal. Antes dela, em 2023, o petista Rui Falcão (PT-SP) comandou a comissão, enfrentando resistência da oposição.
O novo presidente da CCJ defende um ambiente mais pragmático entre os parlamentares.
“O nosso desafio é tentar diminuir essa tensão e mostrar aos parlamentares que, mais importante do que um discurso que não tem nenhum efeito prático, é eles terem oportunidade de relatar uma matéria, de ver essa sua matéria aprovada, virando lei com resultados práticos para a sociedade”, disse.
Indicação do União Brasil
Azi chegou ao comando da CCJ por indicação do União Brasil, como parte do acordo político firmado no início da legislatura, sob a presidência de Arthur Lira (PP-AL). Para ele, o momento é propício para diminuir a polarização.
“[A chegada do União Brasil à CCJ] é uma coincidência que chega num momento propício, pois chega a um ponto que o país cansa um pouco dessa polarização, desse debate que é legítimo, mas que muitas vezes não traz benefício prático para a população brasileira. Vamos tentar sair desse clima e tentar produzir um pouco mais”, declarou.