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"Não vale a pena", diz Daniel Silveira sobre ofensas a ministros do STF

Submetido a novo exame psicológico com questões formuladas pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, o ex-deputado federal Daniel Silveira diz se arrepender de sua conduta, que se afastará da política e retomará o curso de direito, trabalhando na área administrativa de uma academia de ginástica para custear os estudos. A nova análise da equipe de especialistas da Administração Penitenciária do Rio de Janeiro voltou a concluir que Silveira está em condições satisfatórias para progredir de regime — direito que lhe vem sendo negado há quase cinco meses.

Preso desde fevereiro de 2021 e condenado a 8 anos e 9 meses pelo crime de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo, Silveira tem exercido no último ano atividades administrativas no próprio presídio, inclusive na biblioteca. Segundo laudo da equipe de psicólogos, o ex-deputado aparenta “ter noção da gravidade do delito e admite que deveria ter tido maior cuidado na forma de se expressar, especialmente em razão da visibilidade social que possuía devido ao cargo que ocupava”.

“Afirma que o período no cárcere favoreceu a reflexão quanto aos fatos alegando que ‘não vale a pena antagonizar de maneira a gerar conflitos e sim debater de forma conciliadora. O sentenciado refere arrependimento quanto ao delito cometido, justificando este arrependimento em razão do sofrimento que trouxe a si mesmo e à própria família e que ‘não poderia insuflar a população desta maneira’. Quanto aos impactos do aprisionamento, afirma que o afastamento das filhas, em decorrência da prisão, representa o fator mais difícil com o qual tem que lidar.”

Questionado sobre o que pretende fazer futuramente, a comissão técnica relata seu “desejo de aproveitar melhor o tempo com a família porque a política demandava muito tempo de dedicação”. Segundo ele, “o principal plano é voltar para o convívio familiar. Também refere o desejo de, futuramente, prestar concurso público na área jurídica”.

“No momento da realização do exame criminológico, não apresentou sinais ou sintomas de quadro psicopatológico que comprometam o discernimento crítico da realidade. Durante a entrevista realizada, manteve atitude colaborativa e não apresentou reações psíquicas reveladoras de agressividade ou hostilidade. Evidenciou pensamento organizado, com capacidade de compreensão e elaboração, apresentando falas espontâneas respondendo prontamente ao que lhe era indagado. Não foi observada falta de disponibilidade interna para abordar o crime praticado e refere arrependimento durante seu relato.”

A equipe ressaltou ser impossível, porém, “predizer condutas futuras”, como queria Moraes.

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Claudio Dantas

Claudio Dantas

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