O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou duramente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, após declarações feitas durante sessão da Primeira Turma da Corte que oficializou a abertura de ação penal contra os acusados de suposta tentativa de golpe. Durante o julgamento, Dino afirmou que os militares “gostam mais de armas do que de suas esposas”, provocando forte reação do general da reserva.
Em suas redes sociais, Mourão classificou a fala como uma ofensa generalizada e preconceituosa contra os integrantes das Forças Armadas.
“O comentário ofende, generaliza de maneira maldosa e demonstra claramente seu preconceito em relação aos homens e mulheres que integraram e integram as nossas Forças Armadas”, escreveu o senador.
O ex-vice-presidente também rebateu outra afirmação do ministro, que sugeriu que militares da ativa e da reserva estariam sempre armados. Mourão foi direto:
“Ao afirmar que militares da ativa e na inatividade estão sempre armados, fala o que não pode provar, ou seja, mente e mostra desconhecer a realidade da categoria composta por cidadãos que antes de serem soldados são cidadãos.”
Com ironia, o senador questionou a narrativa do STF sobre a presença de armas nos atos de 8 de janeiro, mencionando a apreensão de canos de PVC.
“Seria mesmo um golpe de estado ou uma reunião de encanadores?”, provocou Mourão.
Ele também lembrou que os manifestantes foram revistados na rodoviária de Brasília antes de chegarem à Praça dos Três Poderes, o que, segundo ele, contradiz a tese de que estariam armados.
Mourão ainda apontou incoerência entre o discurso de Dino e sua postura.
“Por fim, ao falar o que falou, Dino se contradiz em sua própria afirmação de que ‘não julgamos pessoas, mas fatos e provas.’ Lamentavelmente, a sua retórica elegante, serena e bem formulada tecnicamente, é totalmente dissociada da sua conduta, comprometendo, em absoluto, a imparcialidade do processo.”
Por fim, o senador cobrou uma resposta institucional, defendendo que o ministro se desculpe publicamente.
“O ministro Dino deveria se desculpar e o Ministro da Defesa deveria exigir tais desculpas.”