A cúpula das Forças Armadas manifesta crescente preocupação com a permanência da prisão preventiva do ex-ministro da Defesa, Braga Netto, mesmo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizar a denúncia por envolvimento na trama golpista. O general da reserva, que integrou o Alto Comando antes de assumir cargos no governo Bolsonaro, foi preso sob acusação de obstrução de Justiça ao tentar acessar a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Braga Netto nega as acusações. As informações são do O Globo.
Militares argumentam que, com a apresentação da denúncia, a fase de investigação foi encerrada, eliminando riscos à apuração. “A acusação foi formalizada, o que justificaria a revogação da prisão preventiva”, afirmou um oficial sob anonimato.
A cúpula das Forças Armadas reforça o desejo de que a trama golpista seja esclarecida e os responsáveis, individualmente punidos. O ministro da Defesa, José Múcio, admitiu o “constrangimento” causado pela situação, mas destacou que “é positivo encerrar esse capítulo”.
A defesa de Braga Netto, que já teve pedidos de soltura negados por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não se manifestou. O ex-ministro mantém uma rotina restrita, com poucas visitas e banhos de sol monitorados na unidade militar.
Dos 34 denunciados, Braga Netto, o general Mário Fernandes, três tenentes-coronéis e um policial federal permanecem presos preventivamente. O general, detido em uma sala de Estado Maior na 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro, conta com TV, banheiro exclusivo, geladeira e ar-condicionado. Visitantes são proibidos de portar celulares, que devem ser deixados em escaninhos na entrada do local.