O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (7) a prisão de sete “mercenários estrangeiros”, incluindo dois norte-americanos. O anúncio ocorre às vésperas de sua posse para o terceiro mandato, marcada para sexta-feira (10).
Maduro afirmou que os norte-americanos detidos têm “patente muito alta”. Os outros presos seriam dois colombianos e três ucranianos. As identidades não foram reveladas.
A Venezuela atravessa um período de tensão política. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao governo, declarou Maduro vencedor das eleições de 28 de julho, mas a oposição denuncia fraude e defende que Edmundo González Urrutia foi o verdadeiro eleito.
González prometeu voltar ao país para acompanhar a posse de Maduro, mesmo sob ameaça de prisão. Durante uma viagem recente, ele denunciou o governo em países como Argentina, Uruguai e Estados Unidos.
O governo chavista reforçará a segurança do evento com 1.200 militares, para evitar ações da oposição.
A Venezuela, sob Nicolás Maduro, é considerada uma autocracia. A imprensa enfrenta censura e adversários políticos são presos. A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Human Rights Watch denunciam abusos recorrentes e violações de direitos humanos.
Desde 2014, mais de 7 milhões de venezuelanos deixaram o país, segundo a HRW. Eleições são contestadas, e líderes opositores, como María Corina, foram impedidos de concorrer.
A União Europeia, Estados Unidos e vários países latino-americanos rejeitaram os resultados das eleições de 2024. O Brasil mantém uma posição neutra, sem reconhecer a vitória de Maduro, mas evita condenações mais duras.