Líderes da oposição venezuelana convocaram manifestações para 9 de janeiro, um dia antes da posse de Nicolás Maduro. María Corina Machado, principal voz opositora, afirmou no X (antigo Twitter) que a data será marcada por um “grito de liberdade”.

“Eu vou com vocês. Neste dia 9 de janeiro, todos saem às ruas, na Venezuela e no mundo”, publicou María Corina. Edmundo González, opositor e exilado, endossou o apelo, conclamando a população às ruas.

González viajou recentemente para Argentina e Uruguai, onde apresentou atas eleitorais que, segundo ele, comprovam sua vitória. Em Buenos Aires e Montevidéu, foi tratado como “presidente eleito”. O tour busca pressionar governos a não reconhecerem Maduro. Panamá, República Dominicana e EUA estão na agenda, mas o Brasil ficou de fora.

Exilado na Espanha desde setembro de 2024, González fugiu após mandado de prisão por não atender intimações do Ministério Público. O governo de Maduro acusa-o de divulgar atas eleitorais, que são públicas em democracias.

A Venezuela vive uma autocracia sob Maduro, onde não há liberdade de imprensa e dissidentes são presos. Relatórios da OEA e da Human Rights Watch apontam violações de direitos humanos e mais de 7 milhões de exilados desde 2014.

As eleições de julho de 2024 são contestadas. María Corina foi impedida de concorrer e indicou Corina Yoris, cuja candidatura foi barrada. Edmundo González assumiu a disputa. Maduro foi declarado vencedor, mas as urnas não tiveram boletins divulgados.

O Centro Carter e países como EUA, México, Argentina e Chile consideram o pleito fraudulento. O Brasil, embora sem reconhecer formalmente a eleição, evita críticas diretas. Lula afirmou não ter visto irregularidades no processo, e enviará representante brasileira para a posse.